terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Nova espécie de orquídea homenageia botânico

Revista Pesquisa FAPESP


A nova espécie de orquídea tem o labelo (pétala branca) em curva, que lembra o formato de uma âncora de navio


Planta de flor pequena e marcante vive em árvores junto a cursos d’água a norte da cidade de Manaus

Por Júlio César Barros

Botânicos brasileiros descreveram uma nova espécie de orquídea colhida em uma área de manejo florestal perto de Manaus, Amazonas. A pequena planta recebeu o nome de Dichaea bragae, em homenagem a Pedro Ivo Soares Braga, falecido em março de 2011 e considerado um dos maiores pesquisadores de orquídeas do Brasil. Ela foi descrita por uma equipe da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) na edição de setembro na revista científica Acta Amazonica.

O que chama atenção é um detalhe das pequenas flores verdes com cerca de um centímetro de diâmetro, ou seja, o labelo, uma pétala modificada, cuja função em geral é atrair polinizadores, mais comumente abelhas, e que na Dichaea bragae se destaca por sua cor branca. “As partes laterais do labelo lembram o formato de uma âncora de navio, uma das características do gênero Dichaea”, diz o biólogo Amauri Herbert Krahl, do Inpa, integrante do grupo que descreveu a espécie. “Essas projeções laterais estão presentes em quase todas as plantas do gênero, mas só a Dichaea bragae tem os lóbulos laterais em curva, num ângulo de 90 graus. É quase como se as pontas fossem dobradas”, descreve. Nas outras características, como tamanho das folhas, porte da planta e caule, a nova espécie é semelhante às já conhecidas no mesmo gênero.

A Dichaea bragae é típica das florestas muito úmidas ao longo dos cursos de água. Ancorada em troncos de árvores de caule fino, a uma altura média de 2 metros do solo, a orquídea, como é usual em espécies dessa família, retira do ar a água necessária para sobreviver.

Segundo Krahl, exemplares da planta foram retirados da fazenda Porto Alegre, localizada a 80 quilômetros ao norte de Manaus, uma área de manejo administrada pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), do Inpa. “A coleta foi feita quando a planta não apresentava sua parte reprodutiva, a flor. Cultivamos os exemplares em orquidário e quando elas floriram tivemos uma grata surpresa”, relembra o botânico, que trabalha com orquídeas desde 2008.

Artigo científico
VALSKO, J. J. et al. A new species of Dichaea (Orchidaceae) for northern Brazil. Acta Amazonica. v. 44, n. 3, p. 397-402. 2014


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O violão romântico de Napoléon Coste


Sua mãe era um excelente violonista e parece que o francês Napoléon Coste (27/06/1805 - 17/02/1883) herdou essa habilidade, ainda mais que ela foi a sua primeira professora. Ainda adolescente, ele também iria dar aulas de violão, mas a necessidade de aumentar os conhecimentos do instrumento se muda para Paris. Chegando lá, consegue ter como mestre o grande Fernado Sor e a sua roda de amigos era composta de Dionisio Aguado, Matteo Carcassi e Fernando Carulli.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Miles Davis nas fotos de Irving Penn

Irving Penn

O contemporâneo em suas fotos não tem início, foi desde sempre um movimento de renovação no seu olhar do mundo que o inquietava. Isso tudo escoava na criatividade, o simples, chegando ao minimalismo, era o que Irving Penn (1917-2009) perseguia, nos estúdios o fundo era apenas uma parede, ou o ângulo formado por dois tapumes; a série de nus. Assim conseguia se aproximar do objeto a ser fotografado dando-lhe todo o destaque, expressões sutís eram captadas, resultando em um trabalho sofisticado que acabou fazendo parte da revista Vogue.
Em 1986 Irving Penn fotografa Miles Davis (1926-1991), um trabalho para ser a capa do álbum "Tutu" do trompetista, pelo sêlo Warner Bros.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Identificados genes que podem ajudar a salvar araucária do risco de extinção


Por Diego Freire

Agência FAPESP – Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram 24.181 genes ligados à formação do embrião da araucária (Araucaria angustifolia) – árvore nativa do Brasil também chamada de pinheiro-brasileiro – e de sua semente, o pinhão.

A descoberta poderá auxiliar no estabelecimento de um sistema para a propagação in vitro da espécie, que está sob risco crítico de extinção, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), e cuja madeira tem alto valor de mercado.

Com a identificação dos genes, será possível um maior controle sobre o processo de embriogênese somática, ou seja, a formação de um embrião sem que haja fecundação e a partir de células não reprodutivas.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Elis Regina e o Grupo Humahuaca





  O Grupo Humahuaca tinha como líder o músico argentino Willy Verdaguer, que já havia tocado com Caetano Veloso no Festival da Record, em 1967, na música "Alegria, Alegria" além de participar da gravação do primeiro álbum dos "Secos & Molhados". O grupo era formado por Emilio Carrera (teclados), John Flavin (guitarra), Dudu Portes (bateria) e Marcinho Werneck (sopros). Willy Verdaguer era o baixista da banda que seguia a trilha do rock progressivo, psicodélico e instrumental.

sábado, 19 de julho de 2014

A versatilidade do pintor Eliseu Visconti





No pequeno folheto distribuido logo na entrada da exposição "Eliseu Visconti - A Modernidade Antecipada" (2012) podia-se ler os objetivos daquela mostra: apresentar ao público em geral um grande pintor e os que pouco o conheciam, aprofundar mais no seu universo. Com certeza essa meta foi alcançada, ao mostrar não apenas a sua grande produção, mas particularmente a diversidade de suas obras assim como outras áreas de sua atuação. Na verdade eram várias exposições reunidas numa maior, como se fossem capítulos de um livro.

Alberto Rosenblit e Leila Pinheiro em "Corações Riscados"




sábado, 7 de junho de 2014

Os painéis de azulejos nos prédios do Rio de Janeiro fabricados pela Osirarte (SP)

alfeu


Quando era moleque, geralmente quando meu pai e eu íamos ao Centro da cidade, era no sábado e o ônibus passava pela Av. Graça Aranha que tinha a mão invertida em relação a de hoje. Um pouco antes do ponto que nós descíamos havia um sinal que quase sempre estava fechado. Apesar da impaciência dos adultos, esse momento para mim era mágico. Da janela do ônibus a minha direita via um imenso painel de azulejos em tons azul e branco com desenhos de conchas tipo Pecten e cavalos marinhos. A imersão era total, ia nas profundezas daquele mar, aquela obra cumpria o seu papel.

O painel em questão é do Palácio Gustavo Capanema onde suas paredes externas são cobertas por painéis de azulejos.


Palácio Gustavo Capanema

sábado, 31 de maio de 2014

Ida Presti, a violonista do século XX



Ida Presti, (31/05/1924 - 24/04/1967)

Nasceu na França e ainda menina, as primeiras lições de violão com o pai e logo as apresentações em público, puro talento. Mais tarde, já uma grande artista, casa-se com o também violonista Alexandre Lagoya, e formam um dos maiores duos já conhecidos, o Duo Presti-Lagoya. (alfeu)


Prelúdio nº1 de Villa-Lobos



Duo Presti-Lagoya



quinta-feira, 10 de abril de 2014

As Estátuas do Cemitério de Staglieno

Localizado na cidade de Genova, Itália, o Cemitério de Staglieno é praticamente desde a sua inauguração em 1851, um local de visitas e atualmente um ponto turístico; nos seus arquivos registra a presença do imperador do Brasil, ou seja D. Pedro II. Isso é devido às inúmeras estátuas que lá se encontram e que fazem parte da ornamentação dos túmulos, e na verdade são esculturas de extrema qualidade e em grande número, formando assim um imenso acervo ao ar livre.


De rara beleza, suas expressões são serenas e convidam a uma reflexão sobre a morte,e que mesmo dentro do seu carater religioso, refletem também a dor dos que ficaram.

                             
Stone Angels from nicola bozzo on Vimeo.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O Bonde dos Foliões


Na verdade o bonde era o meio de transporte muito utlizado pela maioria dos cariocas, consequentemente cria-se uma cultura ao redor do bonde principalmente na música. As referências começam pelo condutor, o motorneiro, passa pelo próprio bonde e chegava na empresa responsável pelo serviço, a Light. Aliás, no processo de eletrificação dos bondes a partir da década de 10 do século XX, a Light que já era a fornecedora de energia elétrica, encampa os bondes e ainda controlava o serviço de gás, ou seja praticamente era dona de grande parte dos serviços públicos no Rio de Janeiro. Mesmo assim, quando o bonde começa mais frequentemente a servir como tema de música, no final dos anos 20, as críticas, ironias e gozações das letras, também refletiam o carinho que os usuários tinham com os trabalhadores e até com a companhia responsável pelos bondes. Essa estreita relação é ilustrada nos compositores da música “Bis” (O teu amor parece fita de cinema; Dura uma hora. Não há pecado; Parece uma viagem em bonde de Ipanema; Para se ficar no Largo do Machado) para o carnaval de 1934, um era Assis Valente que tem a parceria de um ex-funcionário da Light, Lamartine Babo.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Paleoarte, uma ferramenta de divulgação artística e científica

A Paleoarte é uma forma de se representar os seres vivos já extintos,a partir de registros fósseis encontrados, assim como os ambientes onde eles habitavam. As diversas formas de representação são através de desenhos, ilustrações, modelos, maquetes, cinema, displays, etc. e que tem sido de grande valia nos estudos científicos.
Atualmente não é só isso, ela atende também tanto a divulgação científica, assim como forma de expressão artística, sem estarem presas aos rigores da academia.Interessante é que há algumas décadas as ilustrações de dinossauros feitas pelos artístas da época, eram de coloração esverdeada, inspiradas nas peles de lagartos e dos outros répteis atuais.
Foram os cientistas, baseados em seus estudos, que começaram a introduzir nos desenhos outros pigmentos no corpo desses animais sejam em manchas ou em partes maiores, como também a representação de penas em regiões localizadas ou mais extensas do corpo do animal.
Atualmente os ilustradores, além de outros artístas, com conhecimentos básicos de paleontologia conseguem a partir de fragmentos fósseis chegar a uma representação mais próxima do real. O trabalho desses artistas na divulgação da paleontologia, é de grande valor não só pela visualização dos seres de uma época bastante remota , coisa de milhões de anos passados, mas principalmente pela noção de tempo geológico, pois normalmente a base de período de tempo que o público em geral tem é o da vida humana, e com a divulgação desse tipo de trabalho ajuda a mostrar que o mundo tem mais que dez mil anos.(alfeu)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Melba Liston, trombonista e arranjadora do Jazz

Melba Doretta Liston, nasceu em 13 de janeiro de 1926 - Kansas City. Aos seis anos, ao ver um trombone na escola, logo decidiu que seria aquele o instrumento que iria aprender a tocar; o motivo era bastante simples, era porque tinha sido a coisa mais bonita que a menina havia visto até o momento. Nas primeiras aulas de música com o trombone, Melba se deparou com a realidade, a dificuldade do instrumento, mas que não foi motivo para desanimá-la. Pelo contrário, o seu empenho foi tão grande de aprender a tocar que no ano seguinte já executava solos nas rádios locais.(alfeu)




José Ferraz de Almeida Junior, pintor

José Ferraz de Almeida Júnior, é um desses artistas que se enquadra na categoria do "talento-nato". Saiu de Itú, SP, onde nasceu em 08/05/1850, para estudar pintura na Academia Imperial de Belas Artes, RJ aos 19 anos tendo como um de seus mestres Vitor Meirelles. Ao fim do curso preferiu voltar para a sua cidade. Alguns anos mais tarde, é enviado para a França aprimorar os estudos por D. Pedro II, que ficou muito impressionado com as suas obras numa viagem ao interior paulista. Entrou primeiramente na Académie Julien, endereço em que praticamente todos os brasileiros estiveram para tentar posteriormente a École des Beaux-Arts, que era o objetivo principal,mas poucos conseguiram, como Almeida Junior.Outro aspecto interessante é o fato de se concentrar apenas no realismo , ao contrário de outros pintores da sua geração. Perto da virada do século, em 13/11/1899, Almeida Junior é morto em Piracicaba. Mas seus quadros são a sua vida e sua história.(alfeu)


Fonte: - História da Arte no Brasil; Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, Sonia Gomes Pereira, Angela Ancora da Luz; Ed UFRJ; RJ;2008

 - A viagem a Paris de artistas brasileiros no final do século XIX, pp. 343-366;Ana Paula Cavalcanti Simioni;Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 17, n.  1;2005


  Descanso da Modelo