sábado, 19 de março de 2016

Pífanos, a busca do reconhecimento

REDE BRASIL ATUAL

Por Amaro Filho 

As bandas que são um dos mais tradicionais retratos da identidade musical do Nordeste estão perto de alcançar o título de Patrimônio Imaterial da cultura brasileira.

Banda de Pífanos São Cristóvão, de Panelas, no agreste pernambucano
 



Pífano, pífaro, pife. Instrumento de influência indígena feito de taboca ou taquara com sete orifícios, um para soprar e seis para dedilhar. Também confeccionados em tubos de PVC ou de metal. É difícil acreditar como um instrumento aparentemente tão simples e feito artesanalmente é capaz de produzir uma música tão rica e bela, animar festas, procissões e ainda ser o sustento de muitos músicos em várias regiões do Brasil.

É no Nordeste que se concentra a maior tradição e profusão das bandas de pífano, mas a sonoridade se espalhou pelo ­país. Essa forma de expressão pode ser encontrada em todas as regiões, no Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais), no Sul (Santa Catarina), no Centro-Oeste (Distrito Federal) e no Norte, em tribos do Alto Xingu. Conhecidas também como zabumba, cabaçal, esquenta mulher, terno de pífanos, entre outras denominações, elas são formadas por músicos intuitivos – geralmente os pifeiros fazem seus próprios instrumentos, e também os vendem.