Nascida em 1957, Emily Remler já era apaixonada pela guitarra e pelo rock na adolescência, tinha seus guitarristas preferidos da época e podia acompanhá-los como Jimmi Hendrix, top na listas dos melhores e uma unanimidade. Mas depois de alguns anos o gosto pelo jazz se sobrepõe aos demais ritmos na sua preferencia musical. Nomes como Joe Pass, Pat Martino e etc agora são a fonte de admiração, mas era Wes Mongomery, o Nº1, o mestre de todos.
Foi estudar na Berklee College of Music, celeiro de grades artistas como Steve Vai, Hiiromi Uehara e Anat Cohen; e depois da graduação, profissinalizou-se como guitarrista de jazz. Emily Remler começou a sentir o que Melba Liston e outras instrumentistas de jazz sofreram, o machismo. Não tanto do que vinha do público, mas era aquele que partia dos seus colegas de profissão, expressado no desdém, no estranhamento, na ignorancia e demais crueldades. (Aliás ainda se discute se ela pode ou não estar dividindo o mesmo patamar daqueles guitarristas de jazz que ela tanto admirava
A música sempre foi a sua arma e a sua forma de luta, se superando com muito empenho como instrumentista visando pavimentar novos caminhos. No começo dos 80’s sua carreira começa a decolar, depois de assistir uma apresentação de Emily Remler, Herb Ellis, também um de seus guitarristas favoritos, consegue para a guitarrista um contrato para a gravação de seus primeiros discos. Paralelamente ao tabalho nos estúdios de gravação, excursiona várias vezes pelos Estados Unidos acompanhando Astrud Gilberto.
Esse contato direto com a Música Brasileira a influencia fortemente e começa a fazer parte de seu repertório que pode ser sentida em diversas composições suas como “Carenia” do seu último álbum “This Is Me”(1990).
Mas ao mesmo tempo que sua carreira ia avançando, nas mesmas mãos que eleva a sua guitarra a mais sublime emoção começam a aparecer pequenas cicatrizes causadas por agulhas. A cada vez, um fio da vida se perdia…
Em abril de 1990, Emily Remler vai para a Austrália excursionar; ela estava perfeita, ela estava linda.
No começo de maio, Emily Remler e sua banda ainda excursionavam, mas naquele dia 4, parecia que, para ela, ali era o fim de tudo. Resolveu partir de vez e escolheu apenas a sua guitarra preferida . Foi na direção da porta, e não querendo incomodar os outros com a batida, decidiu então atravessá-la, deixando tudo para trás inclusive o próprio corpo deitado na cama, mas não sem antes puxar o último fio que ainda fazia o seu coração pulsar.
Foi-se.
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